La noticia viene de Brasil, en portugués, a través de la agencia Folha. Al final de la misma, se explica que los médicos israelíes extirpan órganos a los palestinos heridos en sus ataques.
Transplantes de rins realizados na África do Sul com a intermediação do grupo acusado de traficar órgãos humanos no Brasil eram custeados pelo Governo de Israel, por meio do seu sistema de saúde pública.
A afirmação foi feita nesta quarta-feira em Recife pelo oficial da reserva do Exército israelense Gelálya Tamber, em interrogatório na Justiça Federal. Tamber foi preso em dezembro, acusado de comandar a suposta quadrilha internacional.
Segundo ele, crenças religiosas restringem os transplantes em Israel. O Governo, entretanto, indeniza quem se submete a esse tipo de cirurgia no exterior, disse.
A idéia de utilizar dinheiro público de Israel para financiar operações ligadas ao esquema de tráfico de órgãos humanos teria surgido de um funcionário do Governo israelense, citado por Tamber apenas pelo nome de Ilan.
De acordo com o militar, há cerca de quatro anos Ilan lhe propôs que participasse do negócio, agenciando brasileiros interessados em vender um dos rins.
Tamber, que está no Brasil há seis anos, disse que não aceitou «por problemas de consciência». Entretanto, um ano mais tarde, novamente assediado por Ilan, afirmou ter indicado para o trabalho o capitão reformado da Polícia Militar de Pernambuco Ivan Bonifácio da Silva, seu sócio em duas empresas de segurança instaladas no Brasil e na Holanda.
O militar israelense disse que, mesmo sem querer participar, também acabou sendo envolvido no esquema porque Silva «bebia muito», não conseguia cumprir suas tarefas e não tinha a confiança plena do suposto funcionário do Governo de Israel.
«Não sabia que os transplantes eram ilegais perante a lei brasileira, mas deveria saber», afirmou, no interrogatório. «Acreditei que, como o dinheiro vinha do Governo israelense, não havia problemas», declarou. «Sei que sou culpado por ter sido idiota. Não queria fazer isso.»
«Princípios espiritualistas»
O capitão reformado da PM também foi preso em dezembro, acusado de ser um dos líderes da suposta quadrilha. Nesta quarta-feira, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do tráfico de órgãos da Assembléia Legislativa de Pernambuco, ele responsabilizou o oficial israelense pelos possíveis crimes.
Silva disse que Tamber cooptava pessoas na Romênia, Brasil e Rússia e que, além de israelenses, havia receptores de órgãos dos Estados Unidos e do Irã.
O policial reformado afirmou ainda que Tamber planejava realizar transplantes também no Brasil para reduzir seus custos. Segundo ele, médicos de hospitais particulares de Recife e Fortaleza foram sondados para isso, mas recusaram as ofertas.
Ainda segundo o capitão, o israelense também teria procurado formas de burlar as filas das centrais de transplante, mas desistiu diante da informação de que as instituições trabalhavam apenas com doadores mortos.
Em seu depoimento, Silva contou ainda que o grupo do qual participava havia rachado em três, por motivos de mercado e passionais. Segundo ele, havia muitas pessoas interessadas em vender um dos rins.
Ele disse que mantinha contato com os «doadores» com a única intenção de ajudá-los a sair da pobreza. «Não tinha consciência do delito», declarou aos parlamentares. «Meus princípios espiritualistas não permitem certos tipos de safadeza.»
Silva afirmou que recebia US$ 2.000 por pessoa agenciada, mas que seu trabalho se resumia a ser o intérprete do israelense, traduzindo as ofertas feitas por ele. Do total recebido, disse, gastava mais ou menos a metade com a operacionalização do serviço.
A Polícia Federal, que investiga o caso, acredita que pelo menos trinta brasileiros, todos de Pernambuco, tenham vendido um dos rins. As cirurgias eram feitas na cidade de Durban, África do Sul. O vendedor recebia até US$ dez mil pelo órgão.
A Agência Folha tentou à tarde contato com a Embaixada de Israel. As ligações caíram na secretaria eletrônica do órgão.
Guerras: tráfico liberado
Denúncias de correspondentes de guerras revelam que ao invadir os territórios árabes ocupados, as tropas israelenses levam ambulâncias e médicos para retirar órgãos de palestinos feridos, para vender no comércio exterior. O mesmo acontece no Iraque, com o silêncio dos militares norte-americanos e ingleses invasores.