En una de esas agradables coincidencias, esta noticia me llegó, desde Brasil, justo el día en que regresé de Ecotopía. Está en portugués pero se entiende perfectamente: el dinero que paga Alemania a las víctimas del holocausto no llega a ellas… Como complemento, esta otra noticia que habla de la «ayuda militar para la paz» que Estados Unidos dona este año a Israel.
“Eles acordam todas as noites com pesadelos.
Eles têm câncer 14 vezes mais do que a população em geral.
Eles têm fraturas ósseas por causa da má nutrição no passado.
E agora eles precisam de ajuda, mas não há ninguém a quem recorrer”.
Mas quem são eles, afinal?
Simples. Eles são sobreviventes do Holocausto, vivem em Israel e estão indignados com o abandono a que foram relegados pelo governo israelense.
Dubi Arbel, diretor de uma das organizações de sobreviventes, e autor das citações acima,disse que os manifestantes já estão cansados de ser ignorados. Considerou um insulto a oferta do governo para um auxílio semanal equivalente a US$ 20 (cerca de R$ 37,60).
Os sobreviventes dizem ter dificuldades para pagar tratamentos médicos e, em alguns casos, até para comprar alimentos. E ameaçam: se o governo não os socorrer, na próxima manifestação pretendem “usar símbolos do período nazista como roupas de prisioneiros e estrelas amarelas”. E vão denominar a manifestação de “Marcha da Vida”.
O ministro Yitzhak Herzog considerou tal atitude “um insulto à memória coletiva do Holocausto”.
De acordo com a BBC, o Holocausto é freqüentemente citado como uma das razões para justificar a existência de um Estado judaico
O trágico é que o governo de Israel vai receber 30 bilhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos, mas só poderá utilizar esse dinheiro para a compra de armamentos.
Para um país onde o desemprego supera os 10 por cento e com mais de 20 por cento da população vivendo abaixo da linha da pobreza, não deixa de ser brutal ser obrigado a gastar 30 bilhões de dólares em armamento.
Não seria melhor se os governantes de Israel abandonassem a soberba e aceitassem sentar à mesa de negociações em busca de um acordo de paz definitivo com seus vizinhos?